Muito já foi escrito sobre Antônio Parreiras e sua obra. Uma listagem bibliográfica mínima, incluindo periódicos, abrange mais de 500 referências singulares. É natural que apenas uma pequena parte seja constituída por textos de maior densidade, sobretudo aqueles que fixaram informações essenciais e desfizeram mitos displicentes. Dentre estes, são superlativas as contribuições de Jefferson Ávila Júnior — segundo diretor do Museu Antônio Parreiras e mais duradouro ocupante do cargo — e de Quirino Campofiorito. E antes deles foram notáveis os escritos de contemporâneos do pintor, como Luiz Gonzaga Duque Estrada, Artur Azevedo e Olavo Bilac.
No presente século o grande paisagista continua a atrair bastante interesse e tem motivado abordagens de todo tipo. Quase desapareceram os textos de elogio gratuito e exagerado, mas aumentaram muito as fórmulas baseadas na simples replicação de reflexões clássicas. No ambiente acadêmico é possível distinguir duas vertentes predominantes: a que se dedica a registrar fontes primárias e a que procura a todo custo descobrir novos ângulos de interpretação, ocorrendo episodicamente a fusão de ambas. Surgiram também casos isolados e patéticos de tentar contestar, sempre que possível e sob qualquer pretexto, a estatura do artista e de sua obra. Esta vertente em geral possui gênese comum, partindo de equívocos do escritor Afonso Henriques de Lima Barreto, na década de 1920, e prosseguindo por meio das implicâncias tão anêmicas de Frederico Morais e Wilson Coutinho, na década de 1980.
Contudo, textos qualificados de análise concreta e objetiva das pinturas de Antônio Parreiras foram e continuam sendo escassos. A principal finalidade desta seção é reunir material, publicado ou inédito, que se enquadre nesta categoria específica.